domingo, 13 de junho de 2010

Comportamento Knopfleriano - Hoje em dia...

IMAGENS DO LANÇAMENTO DE "aLCHEMY" (Portugal a 10 de Maio)


Um reconhecido blogue de nome "Universo Straits" publicou a 4 de Maio deste ano uma visão sobre o actual comportamento de Mark Knopfler face aos discos e ao palco, uma visão depreciativa e com a qual eu sou obrigado a mostrar a minha indignação, se bem que todos sejamos livre de ter opinião a qual devo respeitar, até porque sei, que vem de alguem que tal como eu seguiu e segue passo a passo a carreira de Mark Knopfler durante e depois dos Straits.
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Nesse Blogue, Knopfler é apelidado de:
-Decadência física
-Vontade própria, de seguir a sua vontade
-Preguiça e acomodado com o estatuto de "Rock Star"
-Desencanto com o mundo
-De Escolher mal o alinhamento dos concertos
-De não fazer parcerias...
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Enfim, aqui fica a minha opinião sobre cada uma das criticas.

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Não me parece que Knopfler esteja em decadência física. Quando pela primeira vez escutei uma canção dos Straits estava num parque infantil, um amigo meu cantava "So far away", tinha 13 anos e passaram 25 anos. Não sou o mesmo, tú não és o mesmo, crecemos envelhecemos e claro que um homem com 60 anos não pode ter em palco a performance das digressões dos Straits. Hoje, Knopfler está a tocar sentado devido a uma dôr na perna, muito provavelmente ainda na ressaca do acidente de moto que teve por volta de 2002 quando se preparava para iniciar a Tour de Ragpickers Dream.
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A vontade própria é algo de fazer inveja a muitos músicos.Knopfler não me deu só Rock, proporcionou-me as minhas primeiras canções country, levou-me ao blues. Coisa que não existiu nos Straits foi a pressão de se ter que fazer um disco melhor que o outro, de tocar o som que os fans pediam, eu e milhões gostamos dos Straits e de Knopfler porque a sua vontade própria deu imprevisibilidade à sua carreira, pois durante anos nunca se sabia o que ele ia fazer, por entre os discos dos Straits surgiram as bandas sonoras, todas elas com caracteristicas diferentes.Knopfler nunca foi um músico artificial e de show off só para agradar os seguidores, quem não gosta não come...
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Acomodado? Não me parece que se possa chamar acomodado a um músico que desde 1996 já lançou 6 discos a solo. Mark simplesmente faz a música para a qual a sua motivação está virada, os seus discos já foram mais "british" mas a verdade é que já em "The man´s too strong" (85) ou em no lp "On Every Street" (91) as influências americanas estava lá. Mas eu entendo que as pessoas quando vão comprar um disco tenham a esperança de voltar a ter uma canção com a estrutura de "Telegraph Road".Knopfler é um músico activo, genial, reservado, na verdade nasceu para ser uma estrela, mas, tem um modo muito peculiar de ser uma rock star. Resolveu desde muito cedo esconder a sua vida privada, liderou uma banda de músicos que simplesmente passaram ao lado dos escandalos que são inerentes as estrelas do Rock. Nos Straits o máxima "SEXO , DROGAS E ROCK´N ROLL" se alguma vez existiu simplesmente foi gerida com toda a inteligência. Nos Straits a máxima resumia-se a uma palavra e que ainda hoje prevalece na banda de Knopfler - MÚSICA.
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Desencanto com o mundo? Quando se faz um disco como "Brothers in arms" têm que se estar desencantado com o mundo e passados tantos anos discos como "Brothers" ou "Human touch" do Springsteen continuam actualizados porque a peste que é a guerra não acabou, tudo se agravou. Eu não gosto de ligar a tv e ver bombas a rebentar, aviões a chocar com arranha céus, quem gosta? Só os criminosos ficam encantados, a grande fatia de massa humana do universo obviamente que fica desencantada, tal como eu. Knopfler podia ser uma agulha no palheiro no meio disto tudo, só que, teve e tem o dom de ser um compositor, um músico com a possibilidade de revelar toda a sua revolta face aos factos e de ao mesmo tempo poder renovar a mensagem de esperança. Também não me parece que um homem com uma vida familiar aparentemente estável, com uma boa conta bancária, tenha motivos para estar desencantado, até porque, sobre a vida familiar de Knopfler muito pouco se sabe.
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Bom, aqui sou obrigado a concordar que outras canções poderiam ser tocadas nas digressões. Tal como acontecia na Street Tour, "Tunnel of Love" podia alternar com "Telegraph Road", ou tocar "Where do you think you´re going" ou "Private investigations", sei lá, é tanta música. Desagrada-me o facto dos concertos não terminarem com "Going Home" e não entendo o porque de "Coyote" no alinhamento da "Get Lucky tour". De resto seja aquilo que deus quiser porque na verdade o disco e o palco soam de forma diferente, a roupagem é nova e isso é espectacular. Gostava de fazer um reparo quando se falou de outro génio, o Sr. Guilmor, e se disse que não tem medo de apresentar os seus trabalhos recuperando "Echoes".Por acaso Guilmor tem uma carreira a solo que seja consistente? Que música fez Guilmor fora dos Pink Floyd sem ser trabalhar a própria música dos Pink Floyd?
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Knopfler tem centenas de gravações a solo e hoje caso quisesse poderia simplesmente apresentar um espactáculo só com as canções da era pós-Straits. Dia 27 de Julho estarei entre 6.000 admiradores para pela 5ª vez ver Knopfler ao vivo ( mais 2 de Dire Straits) e para mim até podia ser só ele e a viola...

Knopfler não fez tantas parcerias como Clapton?
Afinal, Clapton ainda se encontra em actividade? Por acaso têm a noção do deserto que foi a carreira de Clapton a determinada altura? Bom mas isso é outro assunto.
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Bob Dylan
Tina Turner
Sting
Randy Neyman
Aztec Camera
Everly Brothers
Chet Atkins
Van Morrison
James Taylor
Jimmy Nail
Steve Philips
Brendam Cocker
Sonny Landreth
William Toppley
Willie De Ville
Gerry Raferty
Jeff Healey
Jools Holand
Phil Lynnot
The Chieftains
John Forgerty
Steely Dan
The dandy warhools
Bryan Ferry
Entre outros...
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Será que fazer colaborações significa fazer discos a dois e depois digressões?
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Há pois, Emmylou Harris, com quem gravou um disco de originais que resultou em digressão e posteriormente na edição de um dvd "Live". "...knopfler foi mais modesto, escolheu Emmylou Harris para fazer parceria...". Uma parceria nasce da quimica entre as pessoas, da convergencia de interesses e por vezes da vontade de fazer negócio, eh eh eh, honestamente achei piada com o termo "modesto" como se Emmylou fosse uma princiante e a sua presença ao lado de Knopfler não fosse digna. Emmylou iniciou a sua carreira em 69 quando Knopfler ainda aprendia uns acordes, tem cerca de 25 discos editados e só venceu 12 GRAMMY AWARDS. Quem só viu Emmylou a brincar nas back vocals de Neil Young certamente poderá ter pensado:
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"Como é que Knopfler faz um disco dueto com esta Senhora?
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Para finalizar, gostava de referir que respeito aqueles que possam ter ficado ligeiramente tocados por ver Knopfler recusar a chance de voltar a tocar com John, Alan e Chris,que andam a tocar juntos. Seria simples Knoppfler só teria que pegar em Guy e estava feita a reunião. Vivemos todos na espectativa de que o dia chegue,mas, eu vivo feliz com os discos e as digressões de Mark Knopfler e com a imagem concreta de que o ultimo momento "Strait" foi de imponência e de grandeza. Também entendo que possa existir indignação pelo facto das digressões teimarem eu não passar pelo Sul da América, realmente não dá para entender. Não se sintam tristes, desiludidos, porque na verdade não existem motivos para isso, temos que manter o respeito pela sua grandeza e genialidade.
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dIRE sTRAITS
mARK kNOPFLER
sEMPRE
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Visitem o Universo Straits em

http://dsbootlegs.blogspot.com/

4 comentários:

  1. É lamentável que você não tenha compreendido o meu texto e tenha desvirtuado o que eu tinha exposto, na verdade um desabafo.

    Em meu texto eu fiz alusão a mesmice do setlist,a pobreza de seus lançamentos em dvds, (que geralmente vem faltando faixa e raramente vem com bonus), aproveitei e fiz um análogo aos lançamentos de David Gilmour e não sua carreira solo.
    Você não teve a capacidade de perceber que inevitavelmente Clapton entra na questão como análogo sim. Sobre o que citei em relação as parcerias, queria dizer que um álbum entre uma parceria de Mark Knopfler com Emily Harris e Eric Clapton, um álbum com Clapton seria algo mais que esperado e possívelmente mais relevante, razão pela qual citei que Knopfler foi mais modesto, citei isso sem desmerecer a Emily Harris, deixei claro que ela é uma grande artista da música country, se dúvidas.

    Essa lista que você fez, citando artistas como Bob Dylan, Tina Turner,Sting, Randy Neyman, Van Morrison, James Taylor, Jimmy Nail... nada tem a ver com o que citei em relação a parcerias, por acaso existe algum trabalho desses artistas com Knopfler como o que vemos em All The Roadrunning 2006 (Mark Knopfler and Emily Harris) ou Neck and Neck (Mark Knopfler and Chet Atkins)? Essa sua lista são de contribuições, Mark emprestando seu talento para esses artistas, e não uma parceria a qual me refiri, mais uma vez você foi infeliz em sua colocação.

    Outra coisa que me chamou muito atenção é que você citou que no Blog Univervo Dire Straits Knopfler é apelidado de:
    -Decadência física
    -Vontade própria, de seguir a sua vontade
    -Preguiça e acomodado com o estatuto de "Rock Star"
    -Desencanto com o mundo
    -De Escolher mal o alinhamento dos concertos
    -De não fazer parcerias...

    Por acaso não percebeu que eu não criei tais características, citei que>> TENHO ME DEPARADO com algumas "teorias" sobre essa maneira de Knopfler agir hoje em dia, es o motivo desse tópico! Ou seja, não fui eu quem criou tais "teorias", apenas me deparei com essas "teorias" em fórum sobre MK, onde fãs descontente com a postura atual de Knopfer tentam explicar os motivos do comportamente Knopfleriano hoje em dia e expus a minha forma de pensar em desabafo, pois também estou descontente com a postura que Knopfler vem tomando com seus fãs e seguidores, sobretudo, os fãs menos privilegiados, Sul americanos e Asiáticos.

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  2. O fato de que você vai estar no Dia 27 de Julho entre 6.000 admiradores pela 5ª vez para ver Knopfler ao vivo ( mais 2 de Dire Straits) parece que deixa uma nata em seus olhos,
    o que não lhe faz perceber que a postura que Knopfler vem tomando com seus fãs e seguidores, deixa desejar.

    Essa sua satisfação com o cenário atual é muito bem justificada pelo acesso que tens por morar na Europa e poder assistir os concertos de MK mais facilmente que nós da America
    do sul. Realmente, com esse acesso a gente se contenta até em velo tocar viola ou até mesmo um berimbau!

    Existe um ditado que diz: "A paixão cega a razão", o encantamento também, para quem vive na Europa (o seu caso) e tem o acesso aos show de Knopfler é fácil se encantar com tudo que ele faz e não percebem certos detalhes importantes, esses detalhes de pouco importa para você e para mais uma porção de seguidores europeus, afinal, vocês não tem muito o que reclamarem mesmo, estão no roteiro das grandes bandas e artistas do mundo e até mesmo o fato do setlist repetitivo de Knopfler não chega a ser algo que venha a incomodar, afinal, ele está sempre por ai!

    O fato é, quem estar de fora do eixo Europa, América do Norte e Canadá enxerga bem diferente o “cenário” atual. Seu lado negro (Egocentrismo) hoje está potencializado mais do que nunca, ele simplesmente não liga a mínima para o que gostaríamos de ouvir hoje em dia, tendo em vista toda sua obra com mais de 30 anos de carreira. Não vejo razão para uma música como Six Blade Knife ficar fora de seu repertório por mais de 30 anos e músicas como Down to the Waterline, Lions, News, WDYTG... Ano que vem completará três décadas que não são tocadas em seus shows, isso é preocupante, inexplicável e lamentável!


    Não vou me aprofundar na ausência de mais canções em seu repertório, pois isso é um assunto que rende bastante, afinal, está claro que existe uma insatisfação unânime por parte de seus fãs com relação a seu setlist.

    Como fã Sul-Americanos, somos dignos de ter uma visão bem diferente da maioria de vocês da Europa, minha visão não é melhor e nem pior que a sua visão, é apenas mais coerente com a realidade.

    Como fã, espero que não tarde para Knopfler acorde e mude sua conduta com os seus fãs e seguidores, é importante fazer o que a gente gosta, sendo dono de nosso trabalho, mas seu sucesso deve-se ao nosso reconhecimento, e assim sendo, bem que ele poderia ter mais interesse em agradar de uma forma mais decente os seus fãs e seguidores, uma modificada em seu setlist seria um belo começo, já que aqui ele não vem.
    Na America do sul, o sentimento geral dos fãs e seguidores pode ser resumido assim > A terra dos esquecidos por ele, “esqueceram de mim”!

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  3. A forma como o Sergio Costa colocou mostra a diferença de pensamentos de fãs privilegiados (Europeus e Norte Americanos) e os esquecidos (Resto do Mundo). Em nenhum momento, o comentário do Brunno foi ofensivo ou depreciativo, apenas demonstrou o que os fãs brasileiros pensam na sua grande maioria. Para os fãs europeus e americanos, que tem facilidade para irem em shows, fica muito fácil dizer que está tudo bem, mas para aqueles que nunca terão a oportunidade de ir em um concerto de MK, sentimos muito a falta de consideração demonstrada por ele.

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  4. Angelo Mota disse:

    Comecei a ouvir Dire Straits aos 13, 14 anos na década de 80 por causa do hit Brothers in Arms, notícias da Banda somente através da Revista Bizz. Em 1996, era gerente de uma rede de eletrodomésticos em Resende RJ Brasil, e compei a fita VHS do show ao vivo Golden Heart tomei o maior susto ao ver MK mais velho, "gordo" e comedido. Bendita seja a Internet que reduziu as distâncias e a gente não se assusta mais devido a tanta exposição. Maldita seja a Internet que vem tirando o valor das coisas, dos fatos e por quê não, da vida e do ser humano. Hoje, aos 40 anos não tenho mais o mesmo prazer em ouvir MK como antes, não por causa dele mas por causa de mim mesmo, mas continuo comprando seus discos - tenho todos os que foram lançados por aqui. Fui ao show do "Cara" no Rio de Janeiro em 2000 e se um dia voltar ao Brasil irei vê-lo novamente. Ainda sim, é raro o dia que não ouço um de seus acordes. MK é assim mesmo, introspectivo e perfeccionista. O verdadeiro "Deus da Guitarra", mas sua modéstia deixou que cunhassem o amigo com tal glória.
    Obrigado, Mark Knopfler por me acompanhar todos esses anos.

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